sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Missão: dar o peito


Assim que eu sai da sala da recuperação e o Júlio veio para o quarto, senti que eu teria uma missão: dar o peito. O Júlio tinha que mamar... Mas não foi tão fácil como pensei.... No início achei que o problema era comigo... afinal meu bico se desfazia logo... em fim... me culpei horrores. O Júlio simplesmente não mamava, nem sugava. Ou sugava e logo soltava... parecia que estava fazendo muito esforço e isso machucava ele, pelo menos era a impressão que ele me passava. No último dia que eu estava no hospital, ele sugou por aproximadamente 1 minuto. Chorei de emoção!! Fui para casa com a esperança que a partir de então ele passaria a sugar. Mas não foi isso que aconteceu... Ele continuava brigando com o “titi”. No hospital explicaram que se eu desse a mamadeira a chance dele mamar no peito eram mínimas, pois o bebê se acostuma com o fácil. Então para alimentar o Júlio passamos a dar com seringa ou de copinho. Com a seringa nos assustamos, pois ele se engasgou, e saia jatos de leite que iam parar na goela do coitado. Apesar dele parecer um adulto bebendo de copinho, e isso era muito fofo, dava muito trabalho. E foi então que, num domingo, o Júlio com 6 dias de vida, berrando sem a gente saber porque, mas imaginando que seria de fome, nos entregamos a mamadeira. Apresentamos 4 motivos para isso: 1. Suspeitamos que o copinho tava machucando a gengiva dele; 2. Ele se babava todo e dai a gente tinha que trocar a roupinha dele toda vez, já que nem babador dava conta, e esse processo deixava ele mais brabo; 3. Não sabíamos a quantidade que ele tomava, pois apesar de o indicado era 30 ml, como ele se babava todo, ficávamos na dúvida... 4. Ele se engasgava também. Mas sempre antes de dar a mamadeira primeira eu deixava ele brigar com o meu “titi”. Tava decidida que eu ia conseguir. Antes de oferecermos a mamadeira, a pediatra dele, maravilhosa por sinal, e aqui vai mais uma agradecimento de coração para ela, veio até nossa casa e tentamos posição que agradasse o moço. E deu certo. Ele mamou durante uns 10 minutos numa posição muito bizarra, meio que de joelhos... huahuah Mas no dia seguinte ele negou todas as posições. Em fim: começamos a dar a mamadeira. Eu tirava leite e dava na mamadeira para ele e completávamos com o Nan. Assim fizemos durante um bom tempo. Fui me desligando da fixação por ter que dar de mamar, mas sempre tentava antes de dar a mamadeira o peito. Confesso que tinha dias que eu me dava um dia de férias (hehe) e nem deixava ele brigar com o meu peito. E então num dia lindo de sol... ele pegou.... mamou a manha toda e depois a tarde toda, toda mesmo (das 16 hs até as 22hs). Apesar da minha felicidade, não contei com a vitória antes da hora, algo me dizia que amanhã seria outro dia e ele poderia desaprender a mamar hehehe. E não é que foi assim! No outro dia ele não quis saber do meu peito. Passou uns três dias nessa função e então ele voltou a pegar. E pega até hoje. Ele já estava com mais de um mês quando pegou para valer... E então dá pra imaginar que a minha produção de leite não era aquela coisa né? E a dor?? Comecei a sentir dores horríveis no peito. Mas em fim... Na consulta com o pediatra ela receitou alguns remédios para ajudar na produção de leite...mas isso vai para outro dia... uma outra historia... heheheeh

Só gostaria de finalizar falando que a TV mostra o lado “lindo” de amamentar, mas esquece de falar das dificuldades que as mães podem ter. Logo que o Júlio nasceu teve uma matéria na Ana Maria Braga falando das dificuldades de amamentar e contando histórias de mães que como eu sonhavam em dar o peito, mas tiveram muita dificuldade. Li tanta coisa, procurei por tanta coisa na internet... É unânime a opinião de que se pega a mamadeira, não pega mais o peito. Graças a Deus o Júlio é uma exceção a essa regra.

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